Arroz e arsênico: mito ou verdade?
Especialistas esclarecem se o arroz brasileiro está contaminado com arsênico e se há necessidade de lavá-lo antes do preparo.
Nas últimas semanas, alegações de que o arroz é contaminado por arsênico dominaram as redes sociais. A informação, embora não seja totalmente falsa, gera dúvidas e preocupações na população.
Entendendo o arsênico
Presença natural e riscos à saúde
O arsênico é um componente natural da crosta terrestre, presente no ar e na água. Em sua forma inorgânica, é tóxico e cancerígeno. Qualquer alimento irrigado com água contaminada pode conter arsênico, não apenas o arroz.
Segurança do arroz brasileiro
Avaliações científicas e limites de contaminação
O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (INCQS/Fiocruz) testou 193 amostras de arroz produzido no Brasil e os resultados indicaram que os níveis de arsênico estavam muito abaixo do limite de 0,3 mcg por quilo de alimento, estabelecido pela Anvisa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Codex Alimentarius (organismo internacional de referência em segurança alimentar) definem um limite de 10 mcg por quilo, confirmando a segurança do arroz brasileiro.
Razões para a baixa concentração de arsênico
O grande consumo de arroz no Brasil torna a segurança desse alimento essencial. Felizmente, a maior parte do arroz consumido no país é cultivada no Rio Grande do Sul, região com solos antigos, de formação não vulcânica e baixo teor de arsênico.
Lavar o arroz? Uma questão de escolha
Embora estudos demonstrem a segurança do arroz brasileiro, lavar o grão antes do preparo pode remover impurezas e reduzir ainda mais a quantidade de arsênico, caso exista. A decisão de lavar ou não o arroz fica a critério do consumidor.